Crescimento do varejo não cobre perdas trazidas pela pandemia, analisa ACSP
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou hoje, 8, que o comércio varejista nacional cresceu 13,9% em maio comparado a abril. Segundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), apesar de os números indicarem o início de uma recuperação, os dados ainda mostram insuficiência em relação às perdas desde o início da pandemia do novo coronavírus.
'O comércio sofreu uma forte queda nos meses anteriores, devido à pandemia e isolamento social, e isso agora se reflete nestes números. Cresceu 13,9% frente ao mês anterior, após recuo recorde de 16,3% em abril, ou seja: o crescimento aconteceu em cima de uma base fraca. Além disso, essa recuperação não foi suficiente para inverter o cenário na comparação mês a mês com 2019, que apresentou -17,1% em abril, passando a -7,2% em maio', analisa Emilio Alfieri, economista da ACSP.
O executivo aponta que a variação anual, de maio a maio, comparando o acumulado de 2020 com o do ano passado, continua negativo, sendo -3,9% no varejo restrito e -8,6% no ampliado.
'Esses números mostram que ainda se reflete na economia o período da quarentena, a queda na confiança dos consumidores e a perda da renda dos trabalhadores, provocada pelo desemprego e pela redução nos salários'.
O crescimento das vendas em maio tende a mostrar que o período ruim já se foi, mas a ACSP olha com cutela o cenário, tendo em vista que ainda não seja possível dizer que o setor crescerá neste ano.
A velocidade da recuperação da economia vai depender das ações que forem adotadas pelo governo. 'Se esperam novas medidas do Banco Central neste sentido, e que o crédito chegue às pequenas e médias empresas para ajudar os comerciantes a investirem, inclusive, em contratações e salários', finaliza Alfieri.
(Redação - Investimentos e Notícias)